sábado, 17 de setembro de 2011

Uso de novas tecnologias em pauta no XVII Seminário de Jornalismo da Amazônia

A palestra do editor-chefe do Jornal Nacional, William Bonner, fechou em grande estilo o XVII Seminário de Jornalismo da Amazônia. Bonner interagiu com o público do início ao fim da apresentação. Imitando uma voz fina, o apresentador desejou boa noite aos presentes. Conhecido como “tio” no Twitter,  o jornalista falou sobre os critérios de notícia do JN e sobre a convergência de mídias com as redes sociais na Internet. Segundo ele, as novas mídias não impactaram o telejornalismo brasileiro. “As redes sociais impulsionaram o telejornalismo”, disse.
O jornalista possui 2 milhões de seguidores no twitter. Em 2010, ele conquistou o Oscar do Twitter em Nova York como o jornalista mais popular no microblog. Bonner disse que fica conectado à rede social durante a apresentação do JN para se manter informado. “O Twitter é um movimento que nos alerta para a gravidade de algo que até aquele momento não parecia grave”, destacou. O editor-chefe não utiliza o Twitter para o jornalismo. Para ele, as redes sociais são uma forma de estabelecer contatos e dividir ideias. “Eu entendo que na essência, a rede social foi criada com o fim de aproximar pessoas”, destacou.
Bonner considerava absurdo um apresentador de TV não possuir Twitter por isso resolveu criar um perfil na internet. A primeira frase que ele postou foi ‘Vamos ver se esse troço serve para alguma coisa’. “Nada aconteceu”, disse ele. Depois o apresentador postou uma frase sobre o lançamento de um livro. Cerca de 3 mil pessoas comentaram o que ele escreveu. A partir daí, Bonner se tornou um twitteiro apaixonado. Já passou até receita de brigadeiro pela internet. Segundo o apresentador, é a especialidade dele na cozinha.
O JN mudou depois que William Bonner entrou no Twitter. O enquadramento das imagens, o formato da mesa no estúdio e a postura dos apresentadores estão entre as mudanças. “A minha forma de apresentar o Jornal Nacional mudou”, destacou. Segundo Bonner, a direção da Rede Globo se preocupou com a entrada dele e de outros jornalistas do grupo nas redes sociais. A emissora não proibiu a atitude, mas passou um documento interno para alertar os profissionais quanto ao risco da exposição. “A empresa entendeu que deveria contar com a cumplicidade, compreensão e bom senso dos profissionais”, explicou.
O editor-chefe do JN também falou sobre as mudanças trazidas com a falta de exigência do diploma de Jornalismo. Para o apresentador, as contratações não mudaram com a queda da obrigatoriedade do diploma. Ele aconselhou as universidades sobre a capacitação de profissionais que dominem a Língua Portuguesa e sejam dotados de conhecimento dos fatos históricos. “Já que o diploma não é obrigatório, as escolas de jornalismo deveriam aproveitar a oportunidade de oferecer aos alunos o que é valioso, como as aulas de Língua Portuguesa”, enfatizou.
Carismático e brincalhão, Bonner aproveitou todas as perguntas para esclarecer alguns episódios que ocorrem durante a apresentação do JN. Ao final do evento, o apresentador posou para fotos com todos os presentes.

Heloisa Quierati

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