terça-feira, 31 de julho de 2012

A APAIXONADA FÁTIMA BERNARDES - Revista Quem (2003)


Quando dizem que seu marido é bonito, ela corrige: 'Bonito, não. Ele é lindo!'. Muito bem casada com William Bonner, com quem divide a bancada do Jornal Nacional e a tarefa de educar os três filhos gêmeos, a jornalista revela os segredos de seu casamento feliz

Aquele casal sério, que todas as noites apresenta o Jornal Nacional (JN), também faz suas pequenas loucuras, como escolher um hotel bonito do Rio - Copacabana Palace, por exemplo - para passar a noite de sexta-feira para sábado, quando volta para casa a tempo de almoçar com os trigêmeos ViníciusBeatriz e Laura, de 5 anos. Essas são algumas das estripulias que fazem parte da rotina da musa da Copa de 2002, Fátima Bernardes, que volta e meia ganha um mimo do marido, William Bonner, 39. 'Acho que o convite para morarmos juntos foi a maior surpresa romântica que ele já me fez', declara a jornalista de 40 anos, eleita a melhor âncora do ano passado pelo prêmio Qualidade Brasil, na entrevista exclusiva a QUEM.

QUEM - Você é mãe de três filhos, editora e apresentadora do Jornal Nacional. Como concilia casa e trabalho? 
FÁTIMA BERNARDES - Estar na bancada do JN é muito bom porque me permite organizar o horário. Aproveito todos os segundos. Não vejo nada de diferente entre a minha rotina e a da minha empregada ou de minhas amigas que não estão no vídeo e têm de organizar trabalho e filhos. A gente é muito versátil!

QUEM - Como é ter o marido como chefe?
FB -
 Temos um respeito grande pelo trabalho um do outro e isso ajuda muito. Gosto do William como chefe. Ele é exigente, mas ouve. Só não posso misturar. É um exercício saber até onde posso insistir com ele e até onde insistiria com qualquer chefe.

QUEM - Como se conheceram?
FB -
 Ele morava em São Paulo e eu o via de vez em quando na Globo. Depois ele veio para o Rio fazer o Jornal da Globo comigo, onde ficamos quase quatro anos.

QUEM - Foi paixão à primeira vista?
FB -
 Não sei dizer em que momento aconteceu. Eu me ausentei do Jornal para cobrir a eleição de 89. Estava em Brasília e ele me ligou dia 16 de novembro: 'Estou te ligando para você me dar parabéns porque hoje é meu aniversário'. Achei estranho: trabalhávamos juntos desde junho e não tínhamos muito contato fora da TV. Quando voltei de Brasília, ele me convidou para jantar. Começamos a sair e quando vi estávamos namorando. Três meses depois fomos morar juntos, no dia 17 de fevereiro de 1990. No mesmo dia, em 1995, casamos. William queria casar antes, mas já tinha passado fevereiro e eu disse: 'Não. Quero ter só uma data de casamento'.

QUEM - Qual foi a surpresa mais romântica que ele já te fez?
FB -
 Acho que o convite para morarmos juntos... Ele gosta de comprar presentes fora de data, marcar viagens no fim de semana... Também faço isso. Gostamos de fazer coisas para surpreender.

QUEM - O que fazem nas folgas?
FB -
 Praticamente nada. Dificilmente saímos sozinhos. Vamos ao cinema e ao teatro com as crianças ou ficamos na piscina, em casa. Gostamos também de sair para almoçar. Depois que eles dormem é que a gente consegue ver um filme e ler jornais e revistas.

QUEM - Depois que as crianças nasceram, conseguiram passar férias sozinhos?
FB -
 Quando eles fizeram 2 anos, ficamos dez dias em Nova York. Depois nunca mais. Achamos que seria mais fácil quando crescessem, mas foi pior. Bate a culpa. Basta ser mãe para ter culpa. Vem no kit. Às vezes saímos para jantar, escolhemos um hotel bonito, como o Copacabana Palace, passamos a noite e voltamos no sábado para almoçar com eles. Só para quebrar a rotina.

QUEM - A maioria das mulheres acha seu marido bonitão.
FB -
 Bonitão, não. Ele é lindo!

QUEM - Você tem ciúme?
FB -
 Acho ótimo que o achem bonito. Não sou ciumenta.






QUEM - O que mudou na sua vida depois da maternidade?
FB -
 Antes, você é o centro das atenções e de todas as suas decisões. Depois tudo é em função das crianças. Também mudou minha relação com a morte: perdi o direito de morrer. Você nasce sabendo que vai morrer, mas não pode ser agora ou nos próximos anos. Alguém depende de você. É muito aflitivo. Esse fantasma entrou na minha vida.

QUEM - Que lembrança traz da gestação?
FB -
 Eu sabia onde cada um estava e eles ganharam os nomes ainda na barriga.

QUEM - Como é cada um deles?
FB -
 O Vinícius está entrando numa fase de gostar de brincar sem as meninas; a Beatriz topa qualquer brincadeira; a Laura é mais seletiva. Mas não gosto de rotular. Eles são muito unidos, se beijam, chamam um ao outro de fofo e fofa. Mas não têm dúvidas na hora de puxarem o cabelo por causa de um brinquedo.

QUEM - Você é sinônimo de credibilidade no jornalismo e é mais vista que protagonista de novela das oito, sem contar que sua audiência não cai. Como lida com essa superexposição?
FB -
 É um aprendizado para o jornalista. Quem é ator busca o reconhecimento, o sucesso, ser famoso. O jornalista quer que o trabalho seja uma prestação de serviço. Não era exatamente dar autógrafos o que imaginava para mim. Mas aprendi que isso faz parte. Para o público é legal ganhar autógrafo de alguém que vê todo dia.

QUEM - Consegue equilibrar esta fama com a vida pessoal?
FB -
 A fama veio e é boa, mas não deixo de fazer supermercado, levar as crianças na escola, ir ao cinema, ao parquinho ou andar de bicicleta.

QUEM - Apesar desse equilíbrio, fica chateada quando você vira notícia, como aconteceu quando fez alisamento japonês?
FB -
 A Fátima tem uma vida fora da TV Globo. Quis mudar o cabelo por ser mais prático, como foi. Acho que um cabelo virar notícia só porque estava mais baixinho é muito surpreendente.

QUEM - Você foi cobrir a Copa e deixou uma lista para orientar o William a cuidar das crianças. As mulheres adoraram...
FB -
 Foi como se sentissem vingadas! Em 98, ele foi à Copa da França, eu fiquei em casa com as crianças e ninguém ficou surpreso.

QUEM - Você foi eleita pelos jogadores da seleção musa da Copa. Gostou?
FB -
 Adorei! Foi um prêmio. Foi a primeira vez que saí para trabalhar tanto tempo longe das crianças. Foi muito sofrido. Por isso, ganhar o título foi muito bom.

QUEM - Você nasceu no Méier, zona norte do Rio, estudou em colégio público, ia para a faculdade de ônibus... Você se considera vencedora?
FB -
 Sim. Quando pensei em fazer Jornalismo, a grande dúvida do meu pai era se eu conseguiria me sustentar. Hoje, quando vejo que eu e o William conseguimos viver do nosso trabalho e educar três crianças, me considero uma vencedora. E considero muito mais meus pais vencedores: eles conseguiram passar a importância da educação, mesmo sem terem chegado a uma universidade. Agora que sou mãe tenho a clareza de que eles são vencedores.


P.S. Sei que essa matéria não é nenhuma novidade, mas estava meio "pra baixo" hoje e queria fazer algo que me deixasse um pouco mais alegre, então resolvi postar, mesmo sabendo que todos já conhecem o texto!


 Sylvia Souza



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