domingo, 30 de setembro de 2012

O meu ENCONTRO com Fátima Bernardes





Por: Carlos Alberto Alves

Já uma vez escrevi sobre a dupla (marido e mulher) que apresentava o Jornal Nacional, como eles se completavam com um impressionante à vontade e, também, a indispensável presença física e de indumentária. São predicados que o tele-espectador, nomeadamente o mais atento, não dispensa. De fato, tenho que confessar que sempre fui, em termos de Jornal Nacional, um fã de William Bonner e de Fátima Bernardes.

Antes de entrar no remate desta matéria, coloco de novo o que escrevi em 27 de Outubro de 2009:

Sou adepto fervoroso de uma boa televisão. Por isso mesmo, nada tenho a ver com a guerra “despoletada” entre as redes Globo e Record. Não sou também fã do bispo Edir Macedo. Pra lá, pra lá, pra lá. Sou fã, isso sim, dos grandes profissionais da Comunicação Social, entre os quais o casal William Bonner e Fátima Bernardes, distintos apresentadores do Jornal Nacional da Globo.

E foi dessa admiração que tenho pelo William que, no passado sábado, no GNT, assisti, com toda a atenção, a uma entrevista que o William concedeu à Marília Gabriela. Assuntos de interesse quer pessoais quer profissionalmente falando. Nesse sentido, a experiência do William falou bem alto, para mais se tratando de um profissional de reconhecida cátedra e que, da minha parte, merece os maiores encómios. Reforço ainda que este casal se completa muito bem. Diria mesmo que, de segunda a sexta-feira, trazem sempre a lição bem estudada. Existe, entre ambos, um visível equilíbrio na apresentação do Jornal Nacional.

Na referida entrevista, William Bonner tocou numa tecla muito importante e que tem a ver com os jornalistas saídos da Faculdade. De fato, muitos desses jornalistas chegam às redações – dos jornais, das televisões, das rádios – arvorados em sabichões, desprezando muitas das vezes os conselhos daqueles que, na profissão, já levam uma grande tarimba. No tempo em que fui editor, conheci em Portugal muitos casos destes. Aliás, é um mal generalizado, sobretudo em países como Portugal e Brasil – para apenas focar estes dois.

William Bonner, a dada altura, afirmou que (sic) “gostaria de ter ao seu dispor jornalistas saídos da Faculdade com mais sentido de profissionalismo”. É verdade. Eu pessoalmente subscrevo. E digo mais: a estes jovens falta-lhes um pouco mais de humildade no que concerne, sobretudo, à forma de abordar as temáticas, ou seja, se revelarem mais harmonizados, mas isso vai aflorando com os anos de profissão, com a paixão que a ela se dedica. Mas antes, para lá se chegar, é imprescindível que não se descure as “ajudas” dos mais antigos. Quantas vezes eu, no meu caso pessoal, recorri às experiências do Vítor Santos e do Alfredo Farinha, apenas para falar destes dois “monstros sagrados”, já falecidos, mas que são sempre lembrados por todos aqueles que com eles conviveram na redação do jornal “A Bola”. Tenho 45 anos de profissão e se ainda tivesse essa necessidade, hoje voltaria a fazer o mesmo junto daqueles que sempre rotulei de meus GRANDES MESTRES.

Para finalizar, felicito William Bonner pela sua grande visão sobre esta questão relacionada com os jovens jornalistas saídos da Faculdade, a quem falta na maioria dos casos, muito mais profissionalismo. Mas, volto à carga, se forem humildes, atingirão esse patamar com relativa facilidade. A base, essa, já trazem da Faculdade. É inegável. Mas isso, repetimos, não é tudo. Não lhes basta chamarem de doutores. Em tudo, há doutores e doutores. Dá para perceber?

Ora, quando foi anunciada a saída de Fátima Bernardes do Jornal Nacional, senti um enorme pesar, não obstante compreender e simultaneamente deduzir que pela frente iria surgir algo bastante inovador em termos televisivos, não só pela capacidade infraestrutural da GLOBO, mas, sobretudo, pela capacidade jornalística que Fátima Bernardes sempre tem revelado ao longo da sua carreira. E foi isso mesmo que aconteceu com o surgimento do programa ENCONTRO, de alta qualidade e que, no meu entender, veio preencher uma lacuna da GLOBO no espaço matinal. Daí que passei, como é legítimo compreender em função do que atrás escrevi, a ser um regular tele-espectador. Mantenho, pois, diariamente o meu ENCONTRO com Fátima Bernardes sentado no sofá.

No dia em que escrevo mais esta matéria (artigo para os portugueses), Fátima Bernardes proporcionou-me momentos de enorme alegria e satisfação ao ser recordada a JOVEM GUARDA onde, entre outros, se revelou o Rei Roberto Carlos. O Rei lá não esteve, mas algumas das suas canções passaram em desfile.

Parabéns, Fátima Bernardes, parabéns Rede Globo. O ENCONTRO já está no patamar superior das grandes audiências. A qualidade e o carisma da apresentadora falam por si.


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